Conheça o município de Itacoatiara/AM
Localizada no coração da grande zona intertropical, na Mesorregião centro-leste do Estado do Amazonas e integra a Região Metropolitana de Manaus. Fica a 26 metros acima do nível do mar. Assentada à margem esquerda do grande rio Amazonas, um pouco acima da embocadura do rio Madeira. Dita 177 km de Manaus, em linha reta, e 276 km por via rodoviária. Itacoatiara/População 102.701 2020.
Devido à sua excelente posição geográfica, possui um relevante papel no contexto da Amazônia Ocidental Brasileira.
Incluída entre os agrupamentos urbanos fundados no século XVII pela colonização portuguesa. Inicialmente uma aldeia itinerante do médio rio Madeira administrada pelos padres jesuítas, desde a fundação de seu núcleo original, em 1683.
O termo Itacoatiara, aportuguesado do tupi i'tákwati'ara, refere-se ao Sítio Itaquatiara, na orla do bairro Jauari, onde, nas épocas de vazante podem ser vistos desenhos e pinturas sobre pedras reproduzindo figuras humanas e de animais, feitos pelos índios da Etnia Aroaqui no período pré-colombiano. Por isso, é conhecida como "Cidade da Pedra Pintada". Também responde pelo apelido de "Velha Serpa", lembrando o título português dado à antiga vila. Pode-se ainda apelidá-la de Cidade-Canção em razão de sediar, desde 1985, o FECANI (Festival da Canção de Itacoatiara), um dos mais expressivos movimentos culturais do Norte-Nordeste do Brasil.
Circundada de matas de terra firme, várzeas e igapós, revestimento florístico que corresponde ao clima tropical quente e úmido, presente em toda a Amazônia - cortadas de cursos d'água panorâmicos e muito piscosos, sobressaindo-se os rios Anebá, Carú, Preto da Eva e Urubu - este último repleto de pousadas silvestres - além dos lagos Arari, Canaçari e Serpa, um convite aos passeios através da selva, ao desfrute da arte da pesca artesanal à disposição e ao gosto dos turistas nacionais e internacionais.
A Cidade da Pedra Pintada destaca-se pelo misticismo, pelas histórias de antigamente. Muitos de seus lugares, urbanos e rurais, lembram a cultura milenar indígena: a Costa do Arapapá, o Paraná do Arauató, os Igarapés do Ingaipáua, do Carão e do Cainamã, os bairros do Jauari e do Iraci, etc. Destaca-se pelo seu centro histórico repleto de prédios em estilos clássico e eclético, datados do período áureo da borracha (1870-1912). Cidade de ruas bem traçadas e limpas, onde, em cada esquina e em todos os cantos, há mostras de mistura do passado com o presente. A Catedral imponente com a imagem da Santa Padroeira, uma escultura barroca importada de Portugal e datada da segunda metade do século XVIII; a Pedra Histórica no centro da Praça Principal; a Avenida Parque - o maior túnel verde do Brasil; o Centro de Eventos; as Universidades federal e estadual; os botequins da periferia; as Pedras do Jauari, onde, na época da piracema os peixes pululam próximo à orla, e avultam em grande quantidade e multivariedade de espécies. Segundo é voz corrente: "Quem vai a Itacoatiara e come o Jaraqui do Jauari, nunca mais esquece daqui".
Por natureza, o habitante de Itacoatiara é sempre marupiara, que pera os índios era uma pessoa feliz na caça ou na pesca; e nos dias atuais uma pessoa que procura ser feliz nos negócios e nos amores. Diferente de panema: infeliz na vida, azarado, ou vítima de feitiço. Ao visitar o Município de Itacoatiara, o turista tem a oportunidade de 1) no interior, conhecer e desfrutar de uma natureza portentosa e ainda viva: rios e florestas, caminhadas pela selva, pescarias, convivência com o simples, o natural e o maravilhoso; 2) na cidade, conhecer um ambiente tradicionalmente festeiro e conviver com um povo alegre e hospitaleiro; 3) além da boa receptividade, há a criatividade dos artistas locais e a existência de uma rica e variada culinária. Para conhecer mais profundamente a história de Itacoatiara, as tradições e a caminhada de sua gente, é aconselhável ler as obras de seu filho mais ilustre: o historiador Francisco Gomes da Silva. Veja: www.franciscogomesdasilva.com.br e franciscogomes.hist@hotmail.
Geografia
O município ocupa uma área de 8.891,906 km² sendo que 10,2412 km² estão em perímetro urbano. A cidade está cercada pelos municípios de Silves e Itapiranga (ao norte), Nova Olinda do Norte e Autazes (ao sul), Urucurituba, Boa Vista do Ramos e Maués (a leste) e Manaus e Rio Preto da Eva (a oeste).
Pré-História
Vestígios arqueológicos apontam que civilizações altamente avançadas habitavam a região de Itacoatiara a pelo menos 4 mil anos. Segundo o naturalista Barbos Rodrigues, essas civilizações marcaram nas rochas de arenito do litoral da cidade e do Rio Urubu, centenas de petróglifos (gravuras marcadas nas rochas), com desenhos em baixo relevo, retratando caretas e desenhos de animais. Além disso, diversos materiais em cerâmica foram deixados por esses povos.
Cultura
A cidade é berço do Festival da Canção de Itacoatiara (Fecani), considerado o maior festival de música da Região Norte. A primeira edição do Fecani aconteceu no ano de 1985 e acontece todos os anos no mês de setembro. Diversos artistas amazonenses se apresentam no festival que tem a finalidade de valorizar a música e os talentos locais.
Todos os anos no mês de agosto, é celebrado o tradicional Festival do Abacaxi. Moradores de outros municípios viajam à Itacoatiara para prestigiar o Festival que exalta a fruta, destaque na economia local.
Folclore
Apresentações realizadas durante o Carnaval e Festivais destacam o folclore regional. No carnaval, apresenta-se a tradicional boneca gigante 'Tia Suzana', que abre a festa momesca do município. No festival folclórico, realizado no mês de junho, destaca-se a Dança do Lundum, de origem tipicamente africana, trazida pela comunidade afrodescendente que migrou para o município na época de sua colonização. Somadas a essa dança, ocorrem os tradicionais bumbás, que dançam nas ruas da cidade, apresentando o ritual original com a morte, repartição e ressurreição do boi. As festas apresentam ainda as lendas da cobra grande da Matriz, a lenda do boto entre outras, que permeiam o imaginário do povo itacoatiarense.